sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O que é o Amor?



O que é o Amor ?

Maria Rita
Composição: Arlindo Cruz / Maurição / Fred Camacho

Se perguntar o que é o amor pra mim
Não sei responder
Não sei explicar
Mas sei que o amor nasceu dentro de mim
Me fez renascer
Me fez despertar
Me disseram uma vez
Que o danado do amor
Pode ser fatal
Dor sem ter remédio pra curar
Me disseram também
Que o amor faz bem
E que vence o mal
E até hoje ninguém conseguiu definir
O que é o amor

Quando a gente ama, brilha mais que o sol
É muita luz
É emoção
O amor
Quando a gente ama, é um clarão do luar
Que vem abençoar
O nosso amor

4 comentários:

  1. Certamente cada um de nós, pelo menos uma vez na vida, refletiu sobre o amor. Essa energia que movimenta toda a humanidade, muito mais preciosa que o ouro e de cuja existência às vezes se duvida. É procurada nos outros, em nós mesmos, nos livros e, quando não é encontrada, leva à dolorosa sensação de solidão.

    Comecemos nossa reflexão vendo o que "não é amor". Há uma confusão muito grande entre o amor verdadeiro e um produto similar, chamado amor de troca, uma conduta usada como moeda, para dar direito a cobrar determinados comportamentos dos companheiros. Exemplo típico disso é a eterna cobrança: "Eu sempre cuidei de você, agora que preciso não o tenho comigo".

    O amor é uma energia que cresce dentro de nós e nos convida a estar com o outro. Quando estamos em estado de amor, torna-se inevitável agirmos de forma amorosa.

    Portanto, o outro, no fundo, faz-nos um favor ao se deixar amar por nós.

    O amor não é um convite à infelicidade. Quando, numa relação, as pessoas se sentem amarguradas, convém refletir cuidadosamente, pois o amor é uma energia que impulsiona para a vida. Quando estamos amando alguém, sentimo-nos vivos e em sintonia com o Universo.

    Amar não é viver assustado, procurando adivinhar o que o parceiro quer, para obter sua aprovação, ou temendo o seu mau humor. O sentimento do amor nos dignifica e nos dá a verdadeira dimensão do nosso valor; faz-nos sentir que pertencemos à raça humana e que não somos simplesmente meros complementos um do outro.

    Amar não é ficar parado, como um rei, esperando que o outro, pelo fato de estar sendo amado, sinta-se devedor de nosso sentimento. O amor nos proporciona uma sensação de gratidão para com a existência; um sentimento de ser abençoado pela dádiva divina. E, em retribuição, somos levados a cuidar desse amor.

    Amar não é simplesmente ter desejo sexual que, apesar de ser algo incrível, não é o único elemento do amor.

    As pessoas que vêem o amor como algo puramente genital geralmente acabam por empobrecê-lo.

    Amar é uma viagem a ser feita com alguém, na qual, ao mesmo tempo em que desfrutamos dessa entrega, desvendamos os mistérios que ela nos apresenta a cada momento.

    O amor é uma força que nos leva a enfrentar todos os nossos medos, criados desde as primeiras experiências dolorosas de aproximação. Torna-nos corajosos e ousados, prontos a desafiar o tédio e o comodismo, a enfrentar o desafio do cotidiano, sem deixá-lo transformar-se em rotina. Proporciona-nos uma postura de aprendiz, concedendo-nos a suprema compreensão de que, quando somos levados pelo impulso do amor, realizamos algo. No amor, não estamos nos submetendo ao outro, mas sim obedecendo às ordens do sábio que existe dentro de nossos corações.

    O amor nos dá coragem para enfrentarmos todas as mensagens negativas ouvidas na infância, do tipo "homem não presta", "mulher é complicada", "casamento só traz sofrimento", que poluem nossos pensamentos.

    Não podemos exigir a perfeição do ser amado, pois, como diz Aristóteles: "O amor é o sentimento dos seres imperfeitos, posto que a função do amor é levar o ser humano à perfeição".

    O amor é um convite a estar com o outro, porque, como diz Francesco Alberoni: "É um estado nascente de um movimento a dois; é um querer estar compartilhando alegrias e dores, problemas e soluções com o ser amado".

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  2. O amor leva-nos a respeitar a nossa própria individualidade e a do outro, pois, como diz Rajneesh: "Viver é como o ciclo respiratório. Na inspiração entra-se em contato consigo próprio, é o estar só, é o momento em que se carrega o coração de energia, é a maturação do feto, a preparação do botão de rosa. E na expiração dá-se o encontro, o desabrochar do amor, o renascimento com o outro, o ser com o outro. A respiração não é possível sem os dois movimentos.

    Precisamos da inspiração tanto quanto da expiração."

    O amor é a força que nos torna guerreiros, sem revolta, pois, como dizia Eric Fromm: "Amar é comprometer-se sem garantias; entregar-se completamente, com a esperança de que o nosso amor produza amor na pessoa amada".

    O amor é uma viagem para dentro de nós, na busca de respostas que nos revelem o que não está certo conosco, mesmo que o outro esteja sendo desleixado com nosso amor. Porque, como dizia Antoine Saint-Exupéry: "O amor é o processo em que você me mostra o caminho de retorno a mim mesmo".

    A palavra amor é muito limitada para expressar a totalidade do seu significado e, por isso, ao procurarmos conceituar o sentimento, é inevitável que o limitemos.

    O amor é muito mais que o encontro de dois corpos, muito mais que a união entre duas pessoas. É a própria consciência da Existência: a crença nas forças divinas, que cuidam de todo o universo e que nos levam um ao outro, com a mesma fluidez com que aproximam uma nuvem de uma montanha, que nos proporcionam uma força sobre-humana, que dão energia ao vento, ao mar e à chuva e que nos tornam grandes como pinheiros gigantescos.

    No amor seguimos um caminho, realizando uma história, cujo final, apesar de todo nosso conhecimento, só vamos saber quando a completarmos.

    A única certeza que temos é a de que o amor é uma condição inerente ao ser humano. Assim como a flor emana o seu perfume, o homem e a mulher naturalmente exalam o amor. Isso é tão inevitável quanto é impossível proibir a terra molhada de desprender o seu cheiro.

    Trecho do livro "Amar pode dar certo"
    de Roberto T. Shinyashiki e Eliana Bittencourt Dumet

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  3. Encontro de Almas
    Vem...,
    conversemos através da alma.

    Revelemos o que é secreto aos olhos
    e ouvidos.

    Sem exibir os dentes, sorri comigo, como um botão de rosa.

    Entendamo-nos pelos pensamentos
    sem línguas, sem lábios.

    Sem abrir a boca, contemo-nos todos os segredos do mundo, como faria o intelecto divino.

    Fujamos dos incrédulos que só são capazes de entender se escutam palavras e vêem rostos.

    Ninguém fala para si mesmo em voz alta.

    Já que todos somos um, falemos desse outro modo.

    Como podes dizer à tua mão: "toca",
    se todas as mãos são uma?

    Vem...,
    conversemos assim...

    Os pés e as mãos conhecem o desejo da alma.

    Fechemos pois a boca e conversemos através da alma.

    Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo.

    Vem..,
    se te interessas, posso mostrar-te.

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  4. Alma Gêmea

    Composição do senador Públio Lentulus Cornelius, na sua mocidade em Roma, para sua esposa Lívia:

    Alma gêmea da minhalma,

    Flor de luz da minha vida,

    Sublime estrela caída

    Das belezas da amplidão!...

    Quando eu errava no mundo

    Triste e só, no meu caminho,

    Chegaste, devagarinho,

    E encheste-me o coração.

    Vinhas na bênção dos deuses,

    Na divina claridade,

    Tecer-me a felicidade,

    Em sorrisos de esplendor!...

    És meu tesouro infinito,

    Juro-te eterna aliança,

    Porque eu sou tua esperança,

    Como és todo o meu amor!"

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